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Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga
Nitai Gaura Hari Bol


Srimad Bhagavatam
(de Krishna Dwaipayana Vyasa - Srila Vyasadeva)

pela Divina Graça
de
Sri Srimad Bhaktivedanta Swami Maharaj Prabhupada
Paramahamsa Thakura Mahashaya

(Original Sem "correções")

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Primeiro Canto - "Criação"

Capítulo Quatro - O Aparecimento de Sri Narada

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Capítulo Quatro

O Aparecimento de Sri Narada

Verso 1

vyäsa uväca
iti bruväëaà saàstüya
munénäà dérgha-satriëäm
våddhaù kula-patiù sütaà
bahvåcaù çaunako 'bravét

Ao ouvir Suta Goswami falar assim, Shaunaka Muni, que era o mais antigo, líder versado de todos os rsis dedicados naquela prolongada cerimônia de sacrifício, congratulou Suta Goswami por se dirigir a ele como se segue.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Numa reunião de pessoas versadas, quando acontecem congratulações ou elogios para o orador, as qualificações do congratulador devem ser como se segue. Ele deve ser o líder da casa e uma pessoa mais idosa. Ele também tem que ser vastamente erudito. Sri Shaunaka Rishi tinha todas essas qualificações, e assim ele se levantou para congratular Sri Suta Goswami quando ele expressou seu desejo de apresentar o Srimad Bhagavatam exatamente como o ouviu de Shukadeva Goswami e também o realizou pessoalmente. Realização pessoal não significa que se deve, por vaidade, tentar mostrar sua própria erudição por tentar superar o acarya prévio. Ele tem que ter plena confiança no acarya prévio, e ao mesmo tempo ele tem que realizar a matéria tão bem que pode apresentar a matéria para as circunstâncias particulares de uma maneira adequada. O propósito original do texto deve ser mantido. Nenhum significado obscuro deve ser extraído dele, e ainda assim deve ser apresentado numa forma interessante para o entendimento da audiência. Isso se chama realização. O líder da assembléia, Shaunaka, podia estimar o valor do orador, Sri Suta Goswami, simplesmente pelo seu recitar de yathadhitam e yatha-mati, e por isso ele estava muito feliz em congratulá-lo em êxtase. Nenhuma pessoa versada deve desejar ouvir uma pessoa que não representa o acarya original. Assim o orador e a audiência eram fidedignos nessa reunião em que o Bhagavatam foi recitado pela segunda vez. Assim deve ser o padrão da recitação do Bhagavatam, para que o propósito real possa ser servido sem dificuldade. A menos que essa situação seja criada, recitação do Bhagavatam para propósitos extrínsecos é trabalho inútil para o orador e para a audiência.

Verso 2

çaunaka uväca
süta süta mahä-bhäga
vada no vadatäà vara
kathäà bhägavatéà puëyäà
yad äha bhagaväï chukaù

Shaunaka disse: Ó Suta Goswami, você é o mais afortunado de todos os que podem falar e recitar. Por favor relate a mensagem piedosa do Srimad Bhagavatam, que foi falada pelo grandioso e poderoso sábio Shukadeva Goswami.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Suta Goswami é duplamente elogiado aqui por Shaunaka Goswami com grande alegria porque ele e os membros da assembléia estavam ansiosos para ouvir o texto do Bhagavatam pronunciado por Shukadeva Goswami. Eles não estavam interessados em ouvi-lo de uma pessoa falsa que o interpretaria de seu próprio modo para se adequar a seu propósito particular. Geralmente os assim chamados recitadores do Bhagavatam ou são recitadores profissionais ou assim chamados impersonalistas eruditos que não podem entrar nas atividades pessoais transcendentais da Pessoa Suprema. Tais leitores profissionais distorcem alguns significados do Bhagavatam para adequar e suportar pontos de vista impersonalistas, e os leitores profissionais vão imediatamente para o Décimo Canto para mal explicar a parte mais confidencial dos passatempos do Senhor. Nenhum desses leitores profissionais são pessoas fidedignas para recitar Bhagavatam. Somente aquele que está preparado para apresentar Bhagavatam sob a luz de Shukadeva Goswami e somente aqueles que estão preparados para ouvir Shukadeva Goswami e seu representante são participantes fidedignos na discussão transcendental do Srimad Bhagavatam.

Verso 3

kasmin yuge pravåtteyaà
sthäne vä kena hetunä
kutaù saïcoditaù kåñëaù
kåtavän saàhitäà muniù

Em que período e em qual lugar ele começou primeiro, e porque foi adotado? De onde Krishna-dwaipayana Vyasa, o grande sábio, obteve a inspiração para compilar esta literatura?

Iluminação de Srila Prabhupada:

Porque o Srimad Bhagavatam é a contribuição especial de Srila Vyasadeva, existem tantas perguntas do versado Shaunaka Muni. Era sabido por eles que Srila Vyasadeva já tinha explicado o texto dos Vedas em vários modos até o Mahabharata para a compreensão das mulheres, sudras e membros caídos da família de pessoas duas vezes nascidas. O Srimad Bhagavatam é transcendental a todos eles porque não tem nada a ver com qualquer coisa mundana. Por isso as perguntas são muito inteligentes e relevantes.

Verso 4

tasya putro mahä-yogé
sama-dåì nirvikalpakaù
ekänta-matir unnidro
güòho müòha iveyate

O filho dele (Vyasadeva) era um grande devoto, um monista equilibrado, cuja mente estava sempre concentrada no monismo. Ele era transcendental a atividades mundanas, mas por não ser exposto, ele parecia uma pessoa ignorante.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Srila Shukadeva Goswami era uma alma liberada, e por isso ele permanecia sempre alerta para não ser capturado pela energia ilusória. No Bhagavad-gita esse alerta é explicado muito lucidamente. A alma liberada e a alma condicionada têm ocupações diferentes. A alma liberada está sempre dedicada no caminho progressivo da realização espiritual, que é algo igual um sonho para a alma condicionada. A alma condicionada não pode imaginar as ocupações verdadeiras da alma liberada. Enquanto a alma condicionada sonha assim sobre ocupações espirituais, a alma liberada está desperta. Similarmente, a dedicação da alma condicionada parece ser um sonho para a alma liberada. Uma alma condicionada e uma alma liberada podem aparentemente estar na mesma plataforma, mas na realidade estão ocupadas diferentemente, e sua atenção é sempre alerta, tanto no prazer sensual quanto na auto-realização. A alma condicionada está absorta na matéria, enquanto a alma liberada está completamente indiferente para matéria. A indiferença é explicada como se segue.

Verso 5

dåñövänuyäntam åñim ätmajam apy anagnaà
devyo hriyä paridadhur na sutasya citram
tad vékñya påcchati munau jagadus tavästi
stré-pum-bhidä na tu sutasya vivikta-dåñöeù

Enquanto Sri Vyasadeva seguia seu filho, belas jovens donzelas que se banhavam nuas cobriram seus corpos com roupa, embora Sri Vyasadeva mesmo não estivesse nu. Mas elas não fizeram isso quando seu filho passou. O sábio inquiriu sobre isso, e as jovens donzelas responderam que seu filho estava purificado e quando olhou para elas não fez distinção entre masculino e feminino. Mas o sábio fez essas distinções.

Iluminação de Srila Prabhupada:

No Bhagavad-gita (5.18) está dito que um sábio versado olha igualmente para um brahmana erudito e nobre, um candala (comedor de cachorro), um cão ou uma vaca devido à sua visão espiritual. Srila Shukadeva Goswami alcançou esse estágio. Assim ele não via um masculino ou feminino; ele via todos os seres vivos em diferentes roupas. As damas que se banhavam podiam entender a mente de um homem simplesmente por estudar seu comportamento, justamente igual por olhar uma criança pode-se entender quanto inocente ela é. Shukadeva Goswami era um jovem rapaz com dezesseis anos de idade, assim todas as partes de seu corpo eram desenvolvidas. Ele também estava nu, e as damas também. Mas porque Shukadeva Goswami era transcendental a relações sexuais, ele parecia muito inocente. As damas, por suas qualificações especiais, puderam sentir isso imediatamente, e por isso não ficaram muito preocupadas com ele. Mas quando seu pai passou, as damas se vestiram rápido. As damas eram iguais a seus filhos ou netos, mesmo assim elas reagiram à presença de Vyasadeva de acordo com o costume social porque Srila Vyasadeva fazia o papel de um homem casado. Um homem casado tem que distinguir entre masculino e feminino, senão não pode ser um casado. Deve-se, portanto, tentar conhecer a distinção entre corpo e alma sem nenhum apego por masculino e feminino. Enquanto essa distinção estiver, não se deve tentar tornar-se um sannyasi igual Shukadeva Goswami. Pelo menos teoricamente a pessoa tem que ser convencida que um ser vivo não é nem masculino nem feminino. A vestimenta externa é feita pela natureza material para atrair o sexo oposto e assim manter a pessoa presa na existência material. Uma alma liberada está acima dessa distinção pervertida. Ela não distingue entre um ser vivo e outro. Para ela todas são iguais e o mesmo espírito. A perfeição dessa visão espiritual é o estágio liberado, Sri Shukadeva Goswami alcançou esse estágio. Srila Vyasadeva também estava no estágio transcendental, mas ele estava na vida de casado, e não tinha a pretensão de ser uma alma liberada, como uma questão de costume.

Verso 6

katham älakñitaù pauraiù
sampräptaù kuru-jäìgalän
unmatta-müka-jaòavad
vicaran gaja-sähvaye

Como ele (Srila Shukadeva Goswami, o filho de Vyasa) foi reconhecido pelos cidadãos quando entrou na cidade de Hastinapura (agora Délhi), depois de andar pelas províncias de Kuru e Jangala, e parecia igual um homem louco, idiota e retardado?

Iluminação de Srila Prabhupada:

A presente cidade de Délhi antigamente era conhecida como Hastinapura porque foi fundada primeiramente pelo Rei Hasti. Goswami Shukadeva, depois de deixar seu lar paterno, andava igual um homem louco, e por isso foi muito difícil para os cidadãos reconhecê-lo em sua posição exaltada. Um sábio, portanto, não é reconhecido pela visão, mas pela audição. Deve-se aproximar de um sadhu ou grande sábio não para vê-lo mas para ouvi-lo. Se alguém não estiver preparado para ouvir as palavras de um sadhu, não há nenhum proveito. Shukadeva Goswami era um sadhu que podia falar sobre as atividades transcendentais do Senhor. Ele não satisfazia os caprichos de cidadãos ordinários. Ele foi reconhecido quando falou sobre a matéria do Bhagavatam, e ele nunca tentou iludir igual um mágico. Externamente ele parecia ser um homem retardado, idiota, mas de fato ele era a personalidade transcendental mais elevada.

Verso 7

kathaà vä päëòaveyasya
räjarñer muninä saha
saàvädaù samabhüt täta
yatraiñä sätvaté çrutiù

Como aconteceu que o Rei Parikshit encontrou esse grande sábio, e tornou possível para essa grandiosa essência transcendental dos Vedas (Bhagavatam) ser cantada para ele?

Iluminação de Srila Prabhupada:

O Srimad Bhagavatam é citado aqui como a essência dos Vedas. Não é uma história imaginária como às vezes é considerado por pessoas desautorizadas. Também é chamado de Shuka-samhita, ou o hino Védico falado por Sri Shukadeva Goswami, o grande sábio liberado.

Verso 8

sa go-dohana-mätraà hi
gåheñu gåha-medhinäm
avekñate mahä-bhägas
térthé-kurvaàs tad äçramam

Ele (Shukadeva Goswami) estava acostumado a permanecer no porta de um pai de família o bastante para que uma vaca fosse ordenhada. E ele fazia isso justamente para santificar a residência.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Shukadeva Goswami encontrou o Imperador Parikshit e explicou o texto do Srimad Bhagavatam. Ele não estava acostumado a permanecer na residência de um casado por mais de meia hora (na hora de ordenhar a vaca), e ele justamente aceitava esmolas do pai de família afortunado. Isso era para santificar a residência por sua presença auspiciosa. Assim Shukadeva Goswami era o pregador ideal estabelecido na posição transcendental. Das atividades dele, aqueles que estão na ordem de vida renunciada e dedicados à missão de pregar a mensagem do Supremo devem aprender que não têm nenhum negócio com casados salvo e exceto para iluminá-los no conhecimento transcendental. Esse pedir esmola a um pai de família deve ser para o propósito de santificar sua casa. Aquele que está na ordem de vida renunciada não deve ser seduzido pelo glamour das posses mundanas de um pai de família e assim se tornar subserviente ao homem mundano. Para aquele que está na ordem de vida renunciada, isso é mais perigoso do que beber veneno ou cometer suicídio.

Verso 9

abhimanyu-sutaà süta
prähur bhägavatottamam
tasya janma mahäçcaryaà
karmäëi ca gåëéhi naù

É dito que Maharaja Parikshit é um grande devoto do Senhor de primeira classe e que seu nascimento e atividades são todos maravilhosos. Por favor diga-nos sobre ele.

Iluminação de Srila Prabhupada:

O nascimento de Maharaja Parikshit é maravilhoso porque no ventre de sua mãe ele foi protegido pela Personalidade de Deus Sri Krishna. Suas atividades também são maravilhosas porque ele castigou Kali, que tentava matar uma vaca. Matar vacas significa o fim da civilização humana. Ele queria proteger a vaca de ser morta pelo grande representante do pecado. Sua morte também foi maravilhosa porque ele teve notícia prévia de sua morte, o que é admirável para qualquer ser mortal, e assim ele se preparou para partir por sentar na margem do Ganges e ouvir as atividades transcendentais do Senhor. Durante todos os dias quando ouviu o Bhagavatam, ele não ingeriu nenhuma comida ou bebida, nem dormiu nenhum momento. Assim tudo sobre ele é admirável, e suas atividades são dignas de serem ouvidas atentamente. O desejo é expresso aqui para ouvir sobre ele em detalhe.

Verso 10

sa samräö kasya vä hetoù
päëòünäà mäna-vardhanaù
präyopaviñöo gaìgäyäm
anädåtyädhiräö-çriyam

Ele era um grande imperador e possuía todas as opulências de seu reino adquirido. Ele era tão exaltado que incrementava o prestígio da dinastia Pandu. Por que ele abandonou tudo para sentar na margem do Ganges e jejuar até a morte?

Iluminação de Srila Prabhupada:

Maharaja Parikshit era o Imperador do mundo de todos os mares e oceanos, e ele não teve problema para adquirir esse reino por seu esforço. Ele herdou de seus avôs Maharaja Yudhisthira e irmãos. Além disso, ele ia bem na administração e era digno dos bons nomes de seus antepassados. Conseqüentemente não havia nada indesejável em sua opulência e administração. Então porque deveria ele abandonar essas circunstâncias favoráveis e sentar na margem do Ganges, para jejuar até a morte? Isso é espantoso, e por isso todos nós estamos ansiosos em ouvir a causa.

Verso 11

namanti yat-päda-niketam ätmanaù
çiväya hänéya dhanäni çatravaù
kathaà sa véraù çriyam aìga dustyajäà
yuvaiñatotsrañöum aho sahäsubhiù

Ele era um imperador tão grandioso que todos seus inimigos vinham e se prostravam a seus pés e rendiam toda sua riqueza para seu próprio bem. Ele era cheio de juventude e força, e ele possuía opulências reais insuperáveis. Por que ele quis abandonar tudo, inclusive sua vida?

Iluminação de Srila Prabhupada:

Não havia nada de indesejável em sua vida. Ele era um homem bem jovem e podia desfrutar a vida com poder e opulência. Assim não havia questão de se retirar da vida ativa. Não havia dificuldade para cobrar os impostos do estado porque ele era tão poderoso e nobre que mesmo seus inimigos vinham para vê-lo e se prostravam a seus pés e rendiam toda riqueza para seu próprio benefício. Havia leite, cereais e metais suficientes, e todos os rios e montanhas estavam plenos de potência. Assim materialmente tudo era satisfatório. Assim, não havia questão de ultimamente abandonar seu reino e vida. Os sábios estavam ansiosos para ouvir sobre isso.

Verso 12

çiväya lokasya bhaväya bhütaye
ya uttama-çloka-paräyaëä janäù
jévanti nätmärtham asau paräçrayaà
mumoca nirvidya kutaù kalevaram

Aqueles que são devotados à causa da Personalidade de Deus vivem somente para o bem-estar, desenvolvimento e felicidade de outros. Eles não vivem por nenhum interesse egoísta. Assim embora o Imperador (Parikshit) estivesse livre do apego a posses mundanas, como podia ele abandonar seu corpo mortal, que era abrigo de outros?

Iluminação de Srila Prabhupada:

Parikshit Maharaja era um rei e pai de família ideal porque ele era um devoto da Personalidade de Deus. Um devoto do Senhor automaticamente possui todas as boas qualificações. E o imperador era um exemplo típico disso. Pessoalmente ele não tinha nenhum apego por opulências mundanas em sua posse. Mas porque ele era rei para o bem-estar de todos os cidadãos em volta, ele estava sempre ocupado no trabalho de bem-estar do público, não apenas para sua vida, mas também para o próximo. Ele não permitia matadouros ou matança de vacas. Ele não era um administrador idiota e parcial que arranja a proteção de um ser humano e permite que outro seja morto. Porque ele era um devoto do Senhor, ele sabia perfeitamente bem como conduzir sua administração para a felicidade de todos - humanos, animais, plantas e todas criaturas vivas. Ele não era interessado egoistamente. Egoísmo é tanto autocentrado quanto autoestendido. Ele não era nenhum dos dois. Seu interesse era satisfazer a Verdade Suprema, Personalidade de Deus. O rei é o representante do Supremo Senhor, assim o interesse do rei deve ser idêntico com o do Supremo Senhor. O Supremo Senhor deseja que todos os seres vivos sejam obedientes a Ele e assim se tornarem felizes. Portanto o interesse do rei é guiar todos os súditos de volta ao reino de Deus. Aqui as atividades dos cidadãos devem ser coordenadas de forma que possam no fim ir de volta ao lar, de volta ao Supremo. Sob a administração de um rei representativo, o reino é pleno de opulência. Naquela época, seres humanos não precisavam comer animais. havia alimentos amplos de cereais, leite, fruta e legumes que os seres humanos e também os animais podiam comer suntuosamente para o contentamento de seus corações. Se todos os seres vivos estão satisfeitos com comida e abrigo e obedecem às leis prescritas, então não pode haver nenhuma perturbação entre um ser vivo e outro. O Imperador Parikshit era um rei digníssimo, por isso todos eram felizes em seu reinado.

Verso 13

tat sarvaà naù samäcakñva
påñöo yad iha kiïcana
manye tväà viñaye väcäà
snätam anyatra chändasät

Nós sabemos que você é versado nos significados de todos assuntos, exceto algumas porções dos Vedas, e assim você pode claramente explicar as respostas para todas as perguntas que justamente apresentamos a você.

Iluminação de Srila Prabhupada:

A diferença entre os Vedas e os Puranas é igual a entre os brahmanas e os parivrajakas. Os brahmanas são destinados a administrar alguns sacrifícios lucrativos mencionados nos Vedas, mas os parivrajakacaryas, ou pregadores eruditos, são destinados a disseminar conhecimento transcendental para cada um e todos. Assim, os parivrajakacaryas nem sempre são peritos em pronunciar os mantras Védicos, que são praticados sistematicamente com entonação e métrica por brahmanas que são destinados a administrar ritos Védicos. Mesmo assim não se deve considerar que os brahmanas são mais importantes do que os pregadores itinerantes. Eles são um e diferentes simultaneamente porque eles são destinados para o mesmo fim, de diferentes modos.

Não há diferença também entre os mantras Védicos e o que é explicado nos Puranas e Itihasa. De acordo com Srila Jiva Goswami, é mencionado no Madhyandina-shruti que todos os Vedas, chamados o Sama, Atharva, Rg, Yajur, Puranas, Itihasas, Upanishads, etc., são emanações da respiração do Ser Supremo. A única diferença é que os mantras Védicos na maioria começam com pranava omkara, e isso requer algum treinamento para praticar a pronúncia métrica dos mantras Védicos. Mas não significa que o Srimad Bhagavatam é de menos importância do que os mantras Védicos. Ao contrário, é o fruto maduro dos Vedas, como foi citado anteriormente. Além disso, a alma liberada mais perfeita, Srila Shukadeva Goswami, está absorto nos estudos do Bhagavatam, apesar dele já ser auto-realizado. Srila Suta Goswami seguia os passos dele, e por isso sua posição não é nenhum pouco menos importante porque ele não era perito em cantar mantras Védicos com pronúncia métrica, que depende mais de prática do que realização verdadeira.

Verso 14

süta uväca
dväpare samanupräpte
tåtéye yuga-paryaye
jätaù paräçaräd yogé
väsavyäà kalayä hareù

Suta Goswami disse: Quando o segundo milênio sobrepôs o terceiro, o grande sábio (Vyasadeva) nasceu de Parashara no ventre de Satyavati, a filha de Vasu.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Existe uma ordem cronológica dos 4 milênios, chamados Satya, Dwapara, Treta e Kali. Mas às vezes acontece uma sobreposição. Durante o regime de Vaivasvata Manu, houve uma sobreposição da vigésima oitava volta dos quatro milênios, e o terceiro milênio apareceu antes do segundo. Nesse milênio particular, o Senhor Sri Krishna também descende, e por causa disso ocorreu alguma alteração particular. A mãe do grande sábio era Satyavati a filha do Vasu (pescador), e o pai era o grande Parashara Muni. Essa é a história do nascimento de Vyasadeva. Cada milênio é dividido em três períodos, e cada período se chama uma sandhya. Vyasadeva apareceu na terceira sandhya daquele era particular.

Verso 15

sa kadäcit sarasvatyä
upaspåçya jalaà çuciù
vivikta eka äséna
udite ravi-maëòale

Certa vez ele (Vyasadeva), quando o Sol nasceu, fez sua ablução matinal nas águas do Sarasvati e sentou sozinho para concentrar.

Iluminação de Srila Prabhupada:

O Rio Sarasvati flui na área de Badarikashrama nos Himalayas. Assim o local indicado aqui é Shamyaprasa em Badarikashrama, onde Vyasadeva reside.

Verso 16

parävara-jïaù sa åñiù
kälenävyakta-raàhasä
yuga-dharma-vyatikaraà
präptaà bhuvi yuge yuge

O grande sábio Vyasadeva viu anomalias nos deveres do milênio. Isso acontecia na Terra em diferentes eras, devido às forças invisíveis no devido curso do tempo.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Os grandes sábios tais quais Vyasadeva são almas liberadas, e por isso eles podem ver claramente passado e futuro. Assim ele podia ver as anomalias futuras na era de Kali, e de acordo ele fez arranjos para que as pessoas em geral pudessem executar uma vida progressiva nesta era, que é cheia de escuridão. As pessoas em geral nesta era de Kali estão muito interessadas em matéria, que é temporária. Por causa da ignorância são incapazes de avaliar os recursos da vida e serem iluminadas no conhecimento espiritual.

Versos 17-18

bhautikänäà ca bhävänäà
çakti-hräsaà ca tat-kåtam
açraddadhänän niùsattvän
durmedhän hrasitäyuñaù
durbhagäàç ca janän vékñya
munir divyena cakñuñä
sarva-varëäçramäëäà yad
dadhyau hitam amogha-dåk

O grande sábio, que era plenamente equipado em conhecimento, pôde ver, através de sua visão transcendental, a deterioração de tudo material, devido à influência da era. Ele também pôde ver que as pessoas sem fé em geral seriam reduzidas em duração de vida e seriam impacientes devido à falta de bondade. Assim ele contemplou para o bem-estar dos humanos em todos status e ordens de vida.

Iluminação de Srila Prabhupada:

As forças não manifestadas do tempo são tão poderosas que reduzem toda matéria ao esquecimento no devido curso. Em Kali-yuga, o último milênio de uma volta de quatro milênios, o poder de todos objetos materiais deteriora pela influência do tempo. Nesta era a duração do corpo material das pessoas em geral é muito reduzida, e assim também é a memória. A ação da matéria também não tem tanto incentivo. A terra não produz cereais comestíveis nas mesmas proporções como era em outras eras. A vaca não dá tanto leite quanto dava antigamente. A produção de legumes e frutas é menor do que antes. Assim, todos seres vivos, tanto humanos quanto animais, não têm comida nutritiva, suntuosa. Devido à falta de tantas necessidades, naturalmente a duração de vida é reduzida, a memória é curta, inteligência é escassa, relacionamentos mútuos são cheios de hipocrisia e assim por diante.

O grande sábio Vyasadeva pôde ver isso por sua visão transcendental. Igual um astrólogo pode ver o destino futuro de uma pessoa, ou um astrônomo pode prever eclipses solares e lunares, aquelas almas liberadas que podem ver através das escrituras podem predizer o futuro da humanidade. Elas podem ver isso devido à sua visão aguçada da obtenção espiritual.

E todos esses transcendentalistas, que são naturalmente devotos do Senhor, estão sempre ansiosos para prestar serviço de bem-estar para as pessoas em geral. Eles são os verdadeiros amigos das pessoas em geral, não os assim chamados líderes públicos que são incapazes de enxergar o que acontecerá cinco minutos à frente. Nesta era as pessoas em geral e também seus assim chamados líderes são todos camaradas azarados, sem fé em conhecimento espiritual e influenciados pela era de Kali. Eles estão sempre perturbados por várias doenças. Por exemplo, na era presente existem tantos pacientes com tuberculose e hospitais de tuberculose, mas antigamente não era assim porque o tempo não era tão desfavorável. As pessoas desafortunadas desta era são sempre relutantes em dar uma recepção para os transcendentalistas que são representantes de Srila Vyasadeva e trabalhadores abnegados sempre ocupados em planejar algo que possa ajudar todos em todos status e ordens de vida. Os maiores filantropos são aqueles transcendentalistas que representam a missão de Vyasa, Narada, Madhava, Chaitanya, Rupa, Sarasvati, etc.. Eles são todos um e o mesmo. As personalidades podem ser diferentes, mas o alvo da missão é um e o mesmo, chamado, liberar as almas caídas de volta ao lar, de volta ao Supremo.

Verso 19

cätur-hotraà karma çuddhaà
prajänäà vékñya vaidikam
vyadadhäd yajïa-santatyai
vedam ekaà catur-vidham

Ele viu que os sacrifícios mencionados nos Vedas eram meios pelos quais as ocupações das pessoas poderiam ser purificadas. E para simplificar o processo ele dividiu os Vedas em quatro, com o propósito de expandi-los entre os humanos.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Antigamente havia unicamente o Veda de nome Yajur, e as quatro divisões de sacrifícios eram especificamente mencionadas ali. Mas para torná-los executáveis com mais facilidade, o Veda foi dividido em quatro divisões de sacrifício, justamente para purificar o serviço ocupacional das quatro ordens. Acima dos quatro Vedas, chamados Rg, Yajur, Sama e Atharva, estão os Puranas, o Mahabharata, Samhitas, etc., que são conhecidos como o quinto Veda. Sri Vyasadeva e seus muitos discípulos eram todos personalidades históricas, e eles eram muito bondosos e solidários com as almas caídas desta era de Kali. Assim, os Puranas e Mahabharata foram feitos de fatos históricos relatados que explicam os ensinamentos dos quatro Vedas. Não existe nenhum ponto em duvidar da autoridade dos Puranas e Mahabharata como partes e parcelas dos Vedas. No Chandogya Upanishad (7.1.4), os Puranas e Mahabharata, geralmente conhecidos como histórias, são mencionados como o quinto Veda. De acordo com Srila Jiva Goswami, esse é o caminho de certificar os valores respectivos das escrituras reveladas.

Verso 20

åg-yajuù-sämätharväkhyä
vedäç catvära uddhåtäù
itihäsa-puräëaà ca
païcamo veda ucyate

As quatro divisões das fontes originais do conhecimento (os Vedas) foram feitas separadamente. Mas os fatos históricos e histórias autênticas mencionados nos Puranas são chamados o quinto Veda.

Verso 21

tatrarg-veda-dharaù pailaù
sämago jaiminiù kaviù
vaiçampäyana evaiko
niñëäto yajuñäm uta

Depois que os Vedas foram divididos em quatro divisões, Paila Rishi se tornou o professor do Rg Veda, Jaimini o professor do Sama Veda, e Vaishampayana somente se tornou glorificado pelo Yajur Veda.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Os diferentes Vedas foram confiados a diferentes intelectuais eruditos para desenvolvimento em vários modos.

Verso 22

atharväìgirasäm äsét
sumantur däruëo muniù
itihäsa-puräëänäà
pitä me romaharñaëaù

O Sumantu Muni Angira, que era muito dedicado devotadamente, foi confiado com o Atharva Veda. E meu pai, Romaharshana, foi confiado com os Puranas e registro histórico.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Nos sruti-mantras também está afirmado que Angira Muni, que seguiu estritamente os princípios rígidos dos Atharva Vedas, era o líder dos seguidores dos Atharva Vedas.

Verso 23

ta eta åñayo vedaà
svaà svaà vyasyann anekadhä
çiñyaiù praçiñyais tac-chiñyair
vedäs te çäkhino 'bhavan

Todos os intelectuais eruditos, por sua vez, transmitiram seus Vedas confiados a seus muitos discípulos, e discípulos netos e grandes discípulos bisnetos, e assim os ramos respectivos dos seguidores dos Vedas vieram a existir.

Iluminação de Srila Prabhupada:

A fonte original do conhecimento é os Vedas. Não existem ramos de conhecimento, nem mundano nem transcendental, que não pertençam ao texto original dos Vedas. Eles foram simplesmente divididos em diferentes ramos. Eles eram originalmente transmitidos por grandes professores, respeitáveis e eruditos. Em outras palavras, o conhecimento Védico, quebrado em diferentes ramos por diferentes sucessões discipulares, foi distribuído por todo o mundo. Ninguém, portanto, pode alegar conhecimento independente além dos Vedas.

Verso 24

ta eva vedä durmedhair
dhäryante puruñair yathä
evaà cakära bhagavän
vyäsaù kåpaëa-vatsalaù

Assim o grande sábio Vyasadeva, que é muito bondoso com as massas ignorantes, editou os Vedas para que pudessem ser assimilados por humanos menos intelectuais.

Iluminação de Srila Prabhupada:

O Veda é um, e as razões para suas divisões em muitas partes são explicadas aqui. A semente de todo conhecimento, ou o Veda, não é uma matéria que pode ser facilmente entendida por humanos ordinários. Existe a restrição que ninguém deve tentar aprender os Vedas quem não for um brahmana qualificado. Essa restrição foi mal interpretada de muitos modos. Uma classe de humanos, que alegam qualificação brahmana simplesmente por seu direito de nascimento na família de um brahmana, alegam que o estudo dos Vedas é um monopólio da casta brahmana somente. Outras seções das pessoas aceitam isso como uma injustiça para os membros das outras castas, que não aconteceram de nascer numa família brahmana. Ambas estão equivocadas. Os Vedas são matérias que tiveram de ser explicadas até mesmo para Brahmaji pelo Supremo Senhor. Assim a matéria é entendida por pessoas com qualidades da bondade excepcionais. Pessoas que estão nos modo da paixão e ignorância são incapazes de entender a matéria dos Vedas. O objetivo último dos Vedas é Sri Krishna, a Personalidade de Deus. Essa Personalidade é raramente entendida por aqueles que estão nos modos da paixão e ignorância. Em Satya-yuga todos estão situados no modo da bondade. Gradualmente o modo da bondade declina durante Treta e Dwapara-yugas, a massa de pessoas em geral se torna corrupta. Na presente era o modo da bondade é quase nulo, e assim para a massa de pessoas em geral, o generoso, poderoso sábio Srila Vyasadeva dividiu os Vedas em vários modos para que pudesse ser praticamente seguido por pessoas menos inteligentes nos modos da paixão e ignorância. É explicado no próximo sloka como se segue.

Verso 25

stré-çüdra-dvijabandhünäà
trayé na çruti-gocarä
karma-çreyasi müòhänäà
çreya evaà bhaved iha
iti bhäratam äkhyänaà
kåpayä muninä kåtam

Por compaixão, o grande sábio achou sensato que isso capacitaria humanos para alcançar o objetivo último da vida. Assim ele compilou a grande narração histórica chamada Mahabharata para mulheres, trabalhadores e amigos dos duas vezes nascidos.

Iluminação de Srila Prabhupada

Os amigos das famílias dos duas vezes nascidos são aqueles que são nascidos nas famílias dos brahmanas, ksatriyas e vaisyas, ou as famílias espiritualmente cultas, mas eles mesmos não são iguais a seus antepassados. Tais descendentes não são reconhecidos assim, por falta das realizações purificatórias. As atividades purificatórias acontecem desde antes do nascimento da criança, e o processo reformatório de dar a semente se chama Garbhadhana-samskara. Aquele que não se submeteu a esse Garbhadhana-samskara, planejamento familiar espiritual, não é aceito como de uma família de duas vezes nascidos verdadeira. O Garbhadhana-samskara é seguido por outros processos purificatórios, dos quais a cerimônia do cordão sagrado é um. Isso é executado na hora da iniciação espiritual. Depois desse samskara particular, a pessoa é devidamente chamada duas vezes nascida. Um nascimento é calculado na cerimônia de dar a semente samskara, e o segundo nascimento é calculado na hora da iniciação espiritual. Aquele que foi capaz de se submeter a esses samskaras importantes pode ser chamado de duas vezes nascido.

Se o pai e a mãe não se submetem ao processo de planejamento familiar espiritual e simplesmente geram filhos por paixão apenas, seus filhos são chamados dvija-bandhus. Esses dvija-bandhus são certamente não tão inteligentes quanto os filhos das famílias de duas vezes nascidos regulares. Os dvija-bandhus são classificados com a classe dos sudras e das mulheres, que são por natureza menos inteligentes. A classe dos sudras e das mulheres não tem que se submeter a nenhum samskara salvo e exceto a cerimônia de casamento.

A classe menos inteligente dos humanos, chamada, mulheres, sudras e filhos desqualificados das castas superiores, são desprovidos de qualificações necessárias para entender o propósito dos Vedas transcendentais. Para eles o Mahabharata foi preparado. O propósito do Mahabharata é administrar o propósito dos Vedas, e assim dentro desse Mahabharata o resumo Veda do Bhagavad-gita é posto. Os menos inteligentes estão mais interessados em histórias do que em filosofia, e por isso a filosofia dos Vedas na forma do Bhagavad-gita é falada pelo Senhor Sri Krishna. Vyasadeva e Senhor Krishna estão ambos no plano transcendental, e assim eles colaboram em fazer o bem para as almas caídas desta era. O Bhagavad-gita é a essência de todo conhecimento Védico. É o primeiro livro de valores espirituais, como os Upanishads são. A filosofia Vedanta é a matéria para estudo pelos graduados espirituais. Somente o estudante espiritual pós-graduado pode entrar no espiritual ou serviço devocional do Senhor. É uma grande ciência, e o grande professor é o Senhor em Pessoa na forma do Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu. E pessoas que são dotadas de poder por Ele podem iniciar outras no serviço amoroso transcendental do Senhor.

Verso 26

evaà pravåttasya sadä
bhütänäà çreyasi dvijäù
sarvätmakenäpi yadä
nätuñyad dhådayaà tataù

Ó brahmanas duas vezes nascidos, ainda assim sua mente não estava satisfeita, embora ele se dedicou em trabalhar para o bem-estar total de todas pessoas.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Sri Vyasadeva não estava satisfeito consigo mesmo, embora tivesse preparado literaturas de valor Védico para o bem-estar de todos em volta da massa geral de pessoas. Esperava-se que ele ficasse satisfeito com todas essas atividades, mas ultimamente ele não estava satisfeito.

Verso 27

nätiprasédad dhådayaù
sarasvatyäs taöe çucau
vitarkayan vivikta-stha
idaà coväca dharma-vit

Assim o sábio, insatisfeito de coração, imediatamente começou a refletir, porque ele sabia a essência da religião, e ele disse dentro de si mesmo:

Iluminação de Srila Prabhupada:

O sábio começou a procurar a causa de não estar satisfeito de coração. Perfeição nunca é alcançada até que a pessoa esteja satisfeita de coração. Essa satisfação do coração tem que ser procurada além da matéria.

Versos 28-29

dhåta-vratena hi mayä
chandäàsi guravo 'gnayaù
mänitä nirvyalékena
gåhétaà cänuçäsanam
bhärata-vyapadeçena
hy ämnäyärthaç ca pradarçitaù
dåçyate yatra dharmädi
stré-çüdrädibhir apy uta

Eu, sob votos disciplinares estritos, despretensiosamente adorei os Vedas, o mestre espiritual e o altar de sacrifício. Eu também respeitei os regulamentos e mostrei a importância da sucessão discipular através da explicação do Mahabharata, pelo qual mesmo mulheres, sudras e outros (amigos dos duas vezes nascidos) podem ver o caminho da religião.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Ninguém pode entender o significado dos Vedas sem ter se submetido a voto disciplinar estrito e sucessão discipular. Os Vedas, mestres espirituais e fogo do sacrifício devem ser adorados pelo candidato desejoso. Todas essas complexidades do conhecimento Védico são sistematicamente apresentadas no Mahabharata para o entendimento da classe das mulheres, a classe laborativa e os membros desqualificados de famílias brahmana, ksatriya ou vaisya. Nesta era, o Mahabharata é mais essencial do que os Vedas originais.

Verso 30

tathäpi bata me daihyo
hy ätmä caivätmanä vibhuù
asampanna iväbhäti
brahma-varcasya sattamaù

Eu me sinto incompleto, embora eu mesmo seja plenamente equipado com tudo requerido pelos Vedas.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Indubitavelmente Srila Vyasadeva era completo em todos os detalhes das realizações Védicas. Purificação do ser vivo submergido na matéria torna-se possível pelas atividades prescritas nos Vedas, mas a realização última é diferente. A menos que alcançada, o ser vivo, embora plenamente equipado, não pode estar situado no estágio normal transcendentalmente. Srila Vyasadeva parecia que perdeu a chave e por isso sentiu insatisfação.

Verso 31

kià vä bhägavatä dharmä
na präyeëa nirüpitäù
priyäù paramahaàsänäà
ta eva hy acyuta-priyäù

Isso pode ter sido porque eu especificamente não apresentei o serviço devocional do Senhor, que é querido tanto para os seres perfeitos quanto para o Senhor infalível.

Iluminação de Srila Prabhupada:

A insatisfação que era sentida por Srila Vyasadeva é expressada aqui com suas próprias palavras. Isso foi sentido por causa da condição normal do ser vivo no serviço devocional do Senhor. A menos que a pessoa esteja fixa na condição normal do serviço, nem o Senhor nem o ser vivo podem se tornar plenamente satisfeitos. Esse defeito foi sentido por ele quando Narada Muni, seu mestre espiritual, chegou até ele. É descrito como se segue.

Verso 32

tasyaivaà khilam ätmänaà
manyamänasya khidyataù
kåñëasya närado 'bhyägäd
äçramaà präg udähåtam

Como mencionado anteriormente, Narada chegou à choupana de Krishna-dwaipayana Vyasa nas margens do Sarasvati justamente quando Vyasa lamentava seus defeitos.

Iluminação de Srila Prabhupada:

O vácuo sentido por Vyasadeva não era devido à sua falta de conhecimento. Bhagavata-dharma é puramente serviço devocional do Senhor para o qual o monista não tem acesso. O monista não é contado entre os paramahamsas (o mais perfeito da ordem de vida renunciada). O Srimad Bhagavatam é cheio de narrações das atividades transcendentais da Personalidade de Deus. Embora Vyasadeva fosse uma divindade dotada de poder, ele mesmo assim sentiu insatisfação porque em nenhuma de suas obras estavam as atividades transcendentais do Senhor propriamente explicadas. A inspiração foi infundida por Sri Krishna diretamente no coração de Vyasadeva, e assim ele sentiu o vácuo como explicado acima. É definitivamente expressado aqui que sem o serviço amoroso transcendental do Senhor, tudo é vazio; mas no serviço transcendental do Senhor, tudo é tangível sem nenhuma tentativa separada em trabalho lucrativo ou especulação filosófica empírica.

Verso 33

tam abhijïäya sahasä
pratyutthäyägataà muniù
püjayäm äsa vidhivan
näradaà sura-püjitam

Com a chegada auspiciosa de Sri Narada, Sri Vyasadeva levantou respeitosamente e o adorou, por dar a ele a veneração igual a dada para Brahmaji, o criador.

Iluminação de Srila Prabhupada:

Vidhi significa Brahma, o primeiro ser vivo criado. Ele é o aluno original e também o professor dos Vedas. Ele aprendeu de Sri Krishna e ensinou Narada primeiro. Assim Narada é o segundo acarya na linha da sucessão discipular. Ele é o representante de Brahma, e por isso ele é respeitado exatamente igual Brahma, o pai de todos vidhis (regulamentos); similarmente todos outros discípulos sucessivos na corrente também são igualmente respeitados como representantes do mestre espiritual original.

     

Assim terminam os significados Bhaktivedanta do Primeiro Canto, Quarto Capítulo, do Srimad Bhagavatam, intitulado "O Aparecimento de Sri Narada".

     

     

 

Primeiro Canto - Capítulo Cinco

 

     

      

 

 

 

 

 

 

     

Continua em breve...

     

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